DESERTO FELIZ (Desierto feliz / Happy desert)
Drama / 35MM / COLOR / 80 min / 2007
Tráfico de animales y explotación sexual de chicas. La poética del tiempo real: duro y seco. Jéssica, de 15 años, una adolescente en el interior nordestino, asiste a la ruína de su família. Ella se irá a Recife y allí encontrará como modo de vida el turismo sexual. Es en este universo donde conocerá y se enamorará de Mark, un turista de Berlin.
Dirección: Paulo Caldas
Guión: Paulo Caldas, Marcelo Gomes, Manoela Dias, Xico Sá
Productor: Germano Coelho Filho
Productor Ejecutivo: Fernando Zagallo
Fotografia: Paulo Jacinto dos Reis
Dirección Artística: Moacir Gramacho
Edición de Sonido: Marcelo Dalla
Sonido en directo: Valéria Ferro
Montaje: Vânia Debs
Reparto: Peter Ketnath, Nash Laila, Zezé Motta, Servílio Holanda, João Miguel, Magdale Alves, Hermila Guedes, Aramis Trindade, David Rosenbauer, Marília Mendes, Elane Nascimento
HAPPY DESERT
Jéssica is 16-years-old and lives with her mother Maria and her step-father Biu in a village on the São Francisco River in eastern Brazil. Bui works at one of the vineyards that have sprung up on the other side of the river. Thanks to the vineyard's irrigation system, the whole valley is booming. This prosperity has not had much effect on Jéssica's family. Biu earns a bit of extra cash with the illegal sale of rare wild animals. As for Jéssica, her life revolves around school; her afternoons are spent with her mother and her girlfriends.
But then, one day, Jéssica is raped by Biu. Maria urges her not to report the crime to the police. All at once, Jéssica's intact world is in ruins. She feels just like one of the armadillos that Biu slings into the backyard after his hunt. Like so many girls who suffer a similar fate, Jéssica starts working as a prostitute. At first she works the streetwalking district nearby, but then a lorry diver takes her with him to Recife, where Jéssica starts a new round of nightclubs, paid sex with tourists, and sea. After her nights' work in the "Amazonas" bar, she goes back every morning to a shabby apartment run by an old prostitute named Dona de Vaga, who lives on the exorbitant rent she extorts from her young colleagues for their miserable rooms. But Jéssica still has a dream. Like many of her colleagues, she waits for the right man to come along and fall in love with her. It looks as though her dream may even come true when she meets a German man named Mark. She soon begins to fantasise about sharing a life of plenty with him in a cold, wintry country.
Deserto Feliz, de Paulo Caldas (Brasil/Alemanha, 2007) - Panorama
Sete anos depois de O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas, e dez anos após sua revelação com O Baile Perfumado, Paulo Caldas nos entrega Deserto Feliz, mais uma obra a confirmar a vitalidade do cinema realizado hoje no Nordeste (de Marcelo Gomes – co-autor tanto do roteiro de Deserto Feliz quanto de Casa de Alice -, Karim Aïnouz, Lirio Ferreira, Cláudio Assis e Sergio Machado).
Paulo Caldas, entretanto, não foi tão feliz nesta história de uma garota do sertão nordestino que, após ser violentada pelo padrasto, vira uma prostituta em Recife – em busca de um gringo que a leve para longe do Brasil. Em primeiro lugar porque, ao contrário de Casa de Alice, aqui os personagens parecem ratos de laboratório (ou tatus trancafiados em um latão, para utilizar a analogia que o próprio filme nos fornece), tendo suas reações observadas enquanto submetidos às mais diversas experiências e situações. Não há aqui uma chama de vida como a que vemos nos personagens de Chico Teixeira.
Outra característica que acaba depondo contra o filme – e que já fazia parte das obras anteriores de Caldas – é a técnica ostensiva e desnecessariamente presente, sobrepondo-se aos personagens e à narrativa, a chamar a atenção para si. Se em O Baile Perfumado essa técnica ainda fazia parte de uma certa estética mangue beat, em Deserto Feliz ela acaba desestruturando a busca por um olhar mais naturalista e minimalista que estava presente no roteiro.
Deserto Feliz
por Luiz Carlos Merten, Seção: Cinema, Atualidades
BERLIM - Resisti o quanto pude, mas agora vou ter de encarar. Assisti ontem aa exibicao oficial de Deserto Feliz, de Paulo Caldas, no Panorama. Se resisti, foi porque, sinceramente, nao sabia o que dizer. Eh verdade que eu havia saido de uma experiencia que me deixou em estado de graca - a apresentacao de Ne Touche Pas la Hache, seguida da coletiva de Jacques Rivette. Jah escrevi que a modernidade de Rivette estah em ter feito seu filme, um verdadeiro teatro das convencoes sociais, sem medo de parecer academico, com comeco, meio e fim, mas subvertendo, internamente, essas convencoes gracas a uma sublime direcao de atores. Essa eh uma das rarissimas coisas que achei irretocaveis em Deserto Feliz.
Todo o elenco estah muito bem dirigido, especialmente as mulheres, que fazem as prostitutas. Mas eu confesso que ando meio cansado desse cinema brasileiro de autor que estah virando o reverso exato do nosso cinema industrial (em geral, de recorte televisivo).
Temos um Bressane, que eh sempre intrigante, mas Concepcao, Deserto Feliz... Me deixam a desejar, para dizer o minimo. Os diretores nao querem ser lineares, querem inovar. Eh um direito deles. Mas entao que inovem! Hah mais inovacao em Rivette, que nao descontroi Balzac e, pelo contrario, segue fielmente o romance, sem deixar de ser fiel a si mesmo. Ne Touche Pas eh um exemplo de adaptacao. Basta comparar com a digna, mas algo tediosa, Madame Bovary, de Chabrol, que, no limite, nao honra o cineasta nem o escritor (e olhem que amo Chabrol). Deserto conta, de maneira nao linear, a historia dessa garota do sertao, que vira p... na cidade grande e arranja um gringo que a traz para a Europa, mais exatamente, para Berlim. Historia eh modo de dizer.
Paulo Caldas justapoe diversas cenas que vao revelando os personagens e, pelo acumulo de informacoes, terminam fazendo evoluir, nao propriamente o relato, mas uma situacao dramatica em tres tempos (sertao, cidade, Europa). Mesmo aos trancos e barrancos, a gente sabe aonde ele estah querendo chegar. A menina vive cantando uma musica brega, que fala de amor perdido, de andar aa deriva na vida, de ir segundo as ondas. Eh o tema do filme. A menina vai assim, levada (nao da breca, mas digamos, pelo destino). Digamos que o filme eh interessante, mas eu confesso que estou mentindo, porque achei aquela gente tao desinteressante que a hora e meia de Deserto Feliz se multiplicou por dez.
Feliz Deserto é um município brasileiro do Estado de Alagoas. Sua população estimada em 2004 era de 4.040 habitantes.
Feliz Deserto era originalmente um aldeamento de índios Caetés. Foi colonizada a partir do naufrágio e estabelecimento de Domingos Mendes, que lhe deu o toponômino por achar que, mesmo sendo o lugar deserto, representava a felicidade de ter sido encontrado. Desmembrado de Piaçabuçu, o município adquiriu autonomia em 23 de julho de 1960.
A história recente de Feliz Deserto é marcada por uma tragédia ocorrida no mês de abril/2005. A cidade foi castigada por um temporal que durou dois dias alagando completamente toda a área central. A chuva destruiu aproximadamente 300 casas de taipa, deixando desabrigados quase 1500 pessoas. A prefeitura, através de doações, conseguiu abrigar provisoriamente a população em diversos pontos da cidade. A reconstrução da cidade começou em dezembro/2005 e em julho/2006 a prefeitura entregou as 185 casas a população.
A economia do município está baseada na agricultura, a região é produtora de côco e cana de açúcar. Existe ainda o trabalho com artesanato baseado na utilização da Taboa, uma planta nativa da região. São produzidos diversos produtos que são comercializados através de uma cooperativa criada justamente para esse fim.
PROIBIDO PROIBIR (Prohibido prohibir / Forbidden to forbid)
Drama / 35MM / COLOR / 100 min / 2007
Three young undergraduate students - Paulo (Caio Blat), Letícia (Maria Flor) and Leon (Alexandre Rodrigues) - face the moral and ethical conflicts of a love triangle while they get involved in a situation that brings terrible consequences.
Director: Jorge Durán
Screenplay: Jorge Durán, Dani Patarro
Producer: El Desierto Filmes, Jorge Durán, Suzana Amado, Adrian Solar
Co-producers: Ceneca Produciones / A&A Produções / Mediapro / Quanta
Executive Producer: Suzana Amado
Assistant Director: Rodrigo Costa
Cinematography: Luis Abramo
Art Director: José Joaquim Salles
Sound Editor: Gabriel Durán
Direct Sound: Herón Alencar
Editing: Pedro Durán
Cast: Caio Blat, Maria Flor, Alexandre Rodrigues, Edyr Duqui, Adriano de Jesus, Luciano Vidigal, Raquel Pedras
'Proibido Proibir', novo longa do diretor chileno radicado no Brasil Jorge Duran tem uma premissa interessante: Paulo (Caio Blat) é estudante de Medicina divide apartamento com Leon (Alexandre Rodrigues), seu grande amigo, apesar das aparentes diferenças de comportamento e personalidade Enquanto Leon é uma pessoa preocupada e engajada com os problemas sociais do páis, Paulo parece muito mais preocupado com sua diversão, no mais amplo sentido da palavra.. Leon namora a bela Letícia (Maria Flor), que difere-se dos dois amigos por ser de classe média, enquanto Paulo e Leon literalmente contam as moedas para pagar o aluguel.
Durante uma aula de seu curso, Paulo conhece Rosalina (Edyr Duqui), uma paciente terminal que sente falta de sua família, que não tem notícias desde o momento de sua internação. O trio decide então reunir esta família, e mergulham em um universo problemático de perseguição policial e preconceito contra as camadas mais pobres ao mesmo tempo em que existe um interesse mútuo entre Paulo e Letícia.
Vale destacar no filme o bom trabalho apresentado por Caio Blat: cada vez mais envolvido com o cinema nacional, o ator consegue dar à Paulo toda jovialidade e vitalidade necessária, sendo o que há de melhor no triângulo. Maria Flor e Alexandre Rodrigues se esforçam mas além das atuações extremamente fracas, estão presos à um roteiro que a cada segundo se afunda mais nos clichês do gênero. O roteiro aliás, é o tema mais problemático do filme, estabelecendo diversas histórias sem conseguir o mínimo de aprofundamento em nenhuma.
Alexandre Rodrigues, após uma atuação arrebatadora em 'Cidade de Deus' nos entrega um personagem panfletário, que sempre abre a boca com um discurso pronto (e raso) sobre a situação do país, as dificuldades de ser negro, a realidade nas favelas... Maria Flor, que vive o personagem feminino deste triângulo interpreta uma Letícia sem sal, sem graça, que em momento algum consegue transparecer qualquer atributo que fizesse com quem dois amigos tão unidos pudessem colocar uma amizade em risco por uma mulher.
Tentando mostrar paralelamente um projeto que alia futebol e escola e a dificuldade dos filhos de Rosalina na favela, 'Proibido Proibir' vai se perdendo na ausência de foco. Ao mesmo tempo em que não consegue apresentar bem seus personagens - a química entre Leon e Letícia nunca funciona, bem como a interação para o início de uma relação entre ela e Paulo - o filme também fica raso na tentativa de desenvolver e inquietar o espectador sobre os problemas sociais no Brasil. Com diálogos parecendo saídos de algum discurso pronto de 'Malhação', o roteiro limita uma história que, em sinopse, poderia ser um bom retrato da imersão de três jovens no reconhecimento do amor e crises em relações até então bem estabelecidas. O tom de crítica fica desproposital; cinema é sim local para discussão e inquietação com a realidade, desde que bem colocado na narrativa. Aqui, não é o caso.
Excitingly unpredictable drama about a trio of Rio college friends -- one a girl both boys are in love with -- who get involved in a dangerous criminal world when they help a young street kid, "Forbidden to Forbid" cannily exposes police corruption and murder in the context of a richly textured, engrossing character study. Inventive second feature by Jorge Duran ("A cor do seu destino") is the kind of cool, irreverent fare one expects of top Brazilian offerings. Young auds should have no trouble getting on its wavelength, while fest awards could open the door to arthouse sales. Pic won the Films in Progress prize at San Sebastian last year. Duran, a Chilean who lives in Brazil, also won best director at Chile's Valdivia meet this month.
Paulo (Caio Blat) is a med student whose anarchic motto is "forbidden to forbid." He dulls his sharp brain with recreational drugs, giving rise to a wild opening sequence in which he goes to work at the hospital totally stoned. Still, he's able to brilliantly answer his prof's question about what is ailing the housemaid Rosalina (Edyr Duqui) -- leukemia.
Meanwhile, Paulo's best friend Leon (Alexandre Rodrigues), a politically committed sociology student doing a study on slum kids, is high on his romance with architecture student Leticia (Maria Flor). A brief rooftop sex scene illustrates their attraction to each other. But when she moves in with the two boys, Leticia becomes Paulo's forbidden object of desire.
Duran and Dani Patarra's script is cleverly layered with no signs of forcing. Paulo's increasing closeness to the dying Rosalina brings him into contact with Rio's slums, where he discovers one of her sons, a CD street vendor, has been murdered by the police. Her younger son, an eyewitness, is targeted for death.
When they decide to help the boy, the trio of friends ends up in a nightmare.
Cast is finely selected, with standouts Blat and Rodrigues relaxed and mature as the boys. So different from each other and yet so closely bonded, they introduce a note of optimism into a future Brazil that otherwise looks pretty frightening. Flor is bright and believable as the girl.
This low-budgeter was shot with more dash than cash. Luis Abramo's cinematography is stark and striking, particularly when he photographs the awe-inspiring buildings that Le Corbusier and other modern architects built in Brazil. Often, the reverse shot is a sea of slums. Film's symbolic finale, which resolves very little and leaves the future open, is lensed amid the ruins of a piece of modern architecture being eaten up by a jungle.
More than one option(Film) Verbieten Verboten
(Film) Prohibido Prohibir
Camera (color), Luis Abramo; editor, Pedro Duran; production designer, Jose Joaquim Salles; costume designers, Joana Ribas, Ana Catanhede; sound (Dolby Digital), Heron Alencar. Reviewed at San Sebastian Film Festival (Zabaltegi), Sept. 22, 2006. (Also in Valdivia Film Festival.) Running time: 103 MIN.
With: Luciano Vidigal, Raquel Padras, Adriano Jesus.
RIO - O 11º Festival de Cinema Brasileiro de Miami terminou na noite de sábado com a vitória de "Proibido proibir", de Jorge Durán, ganhador de três Lentes de Cristal: Melhor filme, Melhor diretor (Jorge Durán) e Melhor ator (Caio Blat). O júri popular escolheu ''Polaróides urbanas'', de Miguel Falabella, que estreou no festival e também levou os prêmios de Melhor atriz (Marília Pêra) e Melhor roteiro (Miguel Falabella). O curta-metragem ''No princípio era o verbo'', de Virgínia Jorge, ganhou os troféus de Melhor filme e Melhor diretor. O Melhor filme do júri popular foi ''Galinha ao molho pardo'', de Feliciano Coelho.
O júri, presidido pela produtora Gláucia Camargos e formado por Brian W.Brown, Peach Gibson, Rodrigo Brandão e Dawnja Burris, premiou os longas em 10 categorias.
Feliz com o prêmio e com a reação positiva do público americano e brasileiro residente em Miami, o diretor Miguel Falabella, que nunca participou de um festival de cinema e estréia como diretor, dedicou seu prêmio à vida, por ainda lhe proporcionar uma oportunidade de começar algo novo, e ao elenco do filme. Marília Pêra dedicou seu prêmio a Cláudia Gimenez, que estava escalada para seu papel, mas teve um problema na última hora. “Miguel me chamou para fazer esse filme 15 dias antes e eu aceitei. Estou muito feliz por receber este prêmio, mas devo confessar que não estava preparada, jamais imaginava”, agradeceu.
O ator Ney Latorraca, homenageado de 2007, ganhou um vídeo-homenagem e recebeu uma Lente de Cristal das mãos da diretora Adriana Dutra. “Queria que meus pais fossem testemunhas desta homenagem. Como eles já não podem estar presentes, queria dividir este momento com vocês, que agora são minha família. Posso dizer que valeram os meus 43 anos de carreira, esta noite é uma das mais felizes da minha vida”, declarou, emocionado. Na sexta-feira, o festival exibiu na mostra-homenagem, o longa ''Viva Sapato!'', de Luiz Carlos Lacerda. Subiram ao palco para apresentar o filme o diretor e o ator José Wilker.
Luís Salém e Aluísio de Abreu foram os apresentadores do encerramento, que exibiu, após a cerimônia, o hors concours ''A grande família'', de Mauricio Farias. Também participaram do encerramento os cineastas Paulo Sérgio Almeida, Luiz Carlos Lacerda, Malu de Martino, além de José Wilker, Guilhermina Guinle, Cláudio Paiva, Miguel Falabella, Marília Pêra e Rafael Raposo. A diretora Adriana Dutra comemorou o sucesso da décima primeira edição. "Estamos muito felizes com o resultado e as mais de 20 mil pessoas que participaram do evento. Gostaria de agradecer a todos por apoiar o cinema brasileiro. Nosso principal objetivo é vender o nosso produto”, revelou.
É Proibido Proibir
Caetano Veloso
Composição: Indisponível
A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir....
Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir....
O Cheiro Do Ralo
O Cheiro do Ralo is a novel by Lourenço Mutarelli, a famous brazilian cartunist. It was transformed in a movie (Drained) (2006), directed by Heitor Dhalia, starring Selton Mello. The film was produced by Geração Conteúdo, Primo Filmes & RT Features.
Lourenço is a lonely figure, who buys used goods from people going through hard times. His profession has made him insensitive to his seller's conditions or personal stories. Lourenço's lack of emotions makes him deal with the world as a collection of objects to be bought. His main pleasure has become to conduct some perverse power games with his sellers. The planned life of Lourenço is interrupted when he fells in love with a waitress butt. As any other object his main desire is to own it. The movie conduct us through Lourenço's mind using his as a narrator while his desire for power grows. The name of the movie ("Drain's Smell") comes from an insistent bad odor that comes from Lourenço's office restroom. It represents the selfawareness of Lourenço's condition, which he unsuccessfully keeps trying to hide.
A parceria entre o consagrado quadrinhista brasileiro Lourenço Mutarelli e o publicitário e cineasta Heitor Dhalia começou com o elogiado Nina. No filme de 2004, o escritor e desenhista cuidou das viscerais passagens animadas. Agora, no longa O cheiro do ralo (2006), atinge maior expressão, já que adapta para as telonas o primeiro romance de Mutarelli, que - veja só! - aproveita para debutar também como ator.
O roteiro adaptado é do próprio Dhalia e Marçal Aquino (Crime delicado, O invasor), sujeito que dispensa apresentações. A dupla já trabalhou junta em Nina e retoma aqui a ótima colaboração, ao transportar a obra sem perder um grama sequer de sua deliciosa ironia.
Na trama, Lourenço (Selton Mello), um comprador de objetos usados, vive enfurnado em um galpão, protegido dos fracassados do mundo por uma secretária (Martha Meola) e um segurança (o próprio Mutarelli, divertidíssimo e envelopado em um estiloso terno vinho). Os dois cuidam de filtrar os desesperados que podem entrar na sala do chefe e oferecer seus tesouros e tralhas a ele.
Lourenço começa o filme quase normal. É noivo, come estrogonofe com batatinha ao lado da futura esposa, dirige uma Veraneio e leva a vida de forma comum. Porém, conforme sobe o cheiro desagradável que vem do ralo do banheiro de seu caótico escritório, cresce também a sensação de poder dele, de domínio sobre aqueles desgraçados que ele "coisifica", catalogando-os em função de seus objetos. Começam também as obsessões... um olho de vidro, uma bunda continental... na mente de Lourenço, tudo está conectado.
Dhalia leva com competência a obra marginal de Mutarelli às telas, enriquecendo a narrativa com pequenas pistas visuais sobre a questionável personalidade do personagem. Direção de arte, fotografia, figurino, tudo espelha o universo do comprador de velharias, que dá vida ao ambiente disparando engraçadíssimas frases de efeito com a mesma facilidade que respira e se afunda no ar fedido do banheirinho.
Mas nem todo o talento cinematográfico do planeta teria êxito em levar à tela essa história, que depende quase que exclusivamente do personagem principal, se não houvesse um protagonista perfeito liderando o elenco. Selton Mello abraça a cria de Mutarelli e a arranca das páginas do livro com cínica perfeição.
A voz rouca do ator e sua atitude blasé dão ao anti-herói trash sua carne e osso, mas é a genial desconfiança de Mutarelli sobre a sociedade a responsável pela sua alma deliciosamente perturbada.
1 comment:
O critico que comenta PROIBIDO PROIBIR, é um debil mental, pretencioso e rasteiro.
Cliches encontramos, todos na critica que faz: a critica daquele que não sabe do que fala, mas fala.
Jorge Durán
Diretor do filme
Aja paciencia com imbecis deste tipo.
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